AVALIAÇÃO/ANAMNESE – AS ETAPAS PARA OBTENÇÃO DE RESULTADOS

Para iniciarmos os textos do blog, vamos ter como marco zero o tema que faz com que todos os nossos tratamentos possuam segurança e condutas adequadas.

Se pararmos para pensar, temos um movimento benéfico acontecendo na área da saúde estética relacionado com a conscientização dos profissionais. Há um tempo não tão distante, era difícil encontrar em centros estéticos a qualificação necessária para que as medidas de intervenção fossem realizadas no momento da avaliação.

Era incomum o investimento em ferramentas de avaliação e também, o tempo destinado para que isso acontecesse de forma correta. A cultura atrelada a nossa área, por muito tempo, mantinha um comportamento no qual o paciente apenas mostrava qual era a sua queixa e então, o profissional iniciava as medidas de intervenção.

Hoje podemos segmentar a área de atuação em estética facial, corporal, capilar, pós-operatório e procedimentos complementares; estes possuem alterações inestéticas que em muitos casos são ocasionados por alterações patológicas. O que quero dizer? Muito embora não se tenha esclarecimento sobre todas as fisiopatologias das mais diversas alterações que encontramos, a causa daquilo pode ter associações com patologias. Um exemplo disso é o quadro de acne.

Por ser uma alteração inflamatória, a causa em muitos pacientes relaciona-se com alterações hormonais. Qualquer desordem que acarrete na desregulação dos hormônios pode levar a um quadro de acne que o profissional não consiga controlar ou remediar.

Talvez muitos não entendam essa diferenciação entre a causa e a consequência daquilo visto e identificado; e desta forma, temam também que a sua atuação esteja restrita não podendo avançar nas medidas de tratamento. Isso não acontece. Nem na teoria, tampouco, na prática. A partir do momento que é possível identificar o que está ocasionando o tratamento passa a ter uma conduta extremamente certeira.

Deste modo, quero dar algumas dicas para que você consiga conquistar isso.

  1. Destine um tempo para a avaliação de acordo com a necessidade de cada paciente. A questão burocrática que envolve a cobrança de uma avaliação vai de acordo com cada profissional e com tudo que envolve o seu atendimento. Não existe certo ou errado.
  2. O primeiro passo para que você obtenha sucesso é identificar a causa da queixa referida. Quanto mais você ler sobre isso, estudar e se aprofundar, mais fácil ficará para identificar a origem da  disfunção reportada.
  3. Ao analisar e perceber que encontra-se diante da causa, questione o seu paciente do quanto ele é ciente disso. Por exemplo, num quadro de gordura localizada onde há alteração tiroidiana o paciente pode não saber a relação disso com o aumento do peso. Deste modo, esclarecer os fatos facilita que ao explicar sobre o tratamento as expectativas sejam condizentes com o que você conseguirá ofertar.
  4. Faça um bom exame físico. Tenha os instrumentos básicos para analisar. Existem alternativas mais baratas para os profissionais que estão começando e que não podem investir. 
  5. Trace sua conduta de tratamento e explique todos os passos. Mostre qual é o seu objetivo e a quantidade de sessões necessárias para que isso seja alcançado. Além disso, prepare uma cartilha explicando sobre cada alteração e ofereça ao seu paciente como forma de orientá-lo nas questões que envolvem o cuidado homecare.

Através dessas dicas, acredito que você conseguirá mostrar para o seu paciente além de um extremo profissionalismo, a responsabilidade em atendê-lo, o zelo em cuidar e principalmente, acima de tudo: o respeito pela individualidade.

Espero que seus atendimentos tenham cada vez mais proximidade com os fatos que envolvem as queixas e que a ciência incerta que nos remete a cada ser humano, não te paralise; pelo contrario, te abra asas para o conhecimento, mesmo quando não podemos atuar.

Até a próxima,

Com carinho,
Carla Leone
Professora, palestrante e autora do Desmistificando Assuntos da Estética